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quarta-feira, 19 de março de 2008

Traições a parte

Sou muito observadora e além disso gosto de ouvir boas histórias, deve ser por isso que nessas últimas semanas escutei muito sobre casos extra-conjugais.
Estava eu em plena sexta-feira, sentada no bar perto da faculdade com um grupo de amigos e um dos meninos que estavam na mesa se declarou gay. Não fiquei muito surpresa porque a voz dele deixava a desejar, mas fisicamente me parecia bem masculino. Conversa vai e cerveja vem ele contou que era casado há 10 anos com um outro cara e que esse marido dele viajava muito a trabalho. Eles se davam muito bem e a relação era ótima, porém ainda assim havia traição, pelo menos da parte dele.
Ele disse que nunca acreditou em fidelidade e que uma relação não precisa ser monogâmica para ser verdadeira.
Sempre que alguém me confessa que é infiel ainda fico um pouco chocada, até porque só nesse mês já ouvi uns quatro casos diferentes de traição em bares, no salão, na rua, no ônibus, enfim ando ouvindo muito por aí sobre casinhos fora do relacionamento. Era até de se esperar que eu estivesse habituada depois de ouvir tantas histórias, mas ainda não me acostumei e nem estou pretendendo.
Esses dias li no jornal uma frase de um filósofo, que não lembro o nome, mas ele dizia basicamente que trair é só um pouco menos mal do que sentir o desejo por outra pessoa, porque sentir e não fazer é trair a si mesmo.
Confesso que essa frase me fez refletir se esse meu novo amigo do bar e todas as outras pessoas que traem não estavam apenas sendo sinceras consigo mesmas e dando atenção aos seus desejos. Perdoável ou não, só sei que essa coisa de traição gera sentimentos desconhecidos que nos fazem ser muito menos racionais do que de costume, não existe uma equação ou fórmula com respostas certas e erradas, não há como questionar ou tentar entender os sentimentos, apenas sentí-los.