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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Mulheres


Vaidosa, chorona, compreensiva, mãe, guerreira, sensível, forte, otimista, responsável, ciumenta. Somos consumistas (pelo menos a grande maioria é) e compramos mais roupas, sapatos e cosméticos do que conseguiríamos usar durante toda a vida, mas às vezes é necessário fazer umas comprinhas pra aliviar as tensões do dia a dia.
Somos mulheres e às vezes menina também. Na maioria das vezes somos indecisas e achamos que não sabemos o que queremos, mas no fundo sempre sabemos.
Somos mestras em disfarçar o choro com uma bela maquiagem ou de esconder uma angústia por trás de um imenso sorriso.
Não há homem que resista a doçura de uma mulher ou que não perca noites de sono tentando entender a cabeça de uma delas. Cheias de confiança e determinação, mesmo tão "fortes" às vezes parecemos tão indefesas e somos capaz de correr um quarteirão inteiro por causa de uma barata.
E mesmo a noite quando estamos exaustas, usando moletom e pantufas, conseguímos ser tão femininas e sedutoras.

Mas quem foi que disse que ser mulher era fácil?

Tudo mentira!!! Vou te contar um segredo: Somos mestras também em fazer com que as coisas pareçam fáceis, leves e adoramos disfarçar.

Mas a verdade mesmo é que mulher sofre e como sofre...
Mulher tem que ser boa mãe, boa profissional, boa dona de casa, vaidosa, boa de cama e ainda por cima deve executar todas essas tarefas com um sorriso no rosto.
Na época em que as mulheres foram para a praça pública queimar sutiãns aposto que elas queriam reinvindicar direitos iguais e não cobranças a mais. Hoje mulher tem que ser sensível e forte, tudo ao mesmo tempo. Mulher que é sensível demais é dramática e mulher que é forte demais é mulher macho, como ser esse meio termo sem ultrapassar os limites tênues entre um e outro?
Diga lá o que vocês querem de nós por que já somos e fazemos muito mais do que deveria ser na nossa alçada.
Além de ficarmos mestruadas 1 vez por mês durante alguns dias da semana (coisa que nenhum homem fica e jamais poderia entender a dor maldita de uma cólica), ainda temos que ir trabalhar como se nada estivesse acontecendo de anormal. A gente anda com uma coisa que parece uma fralda, sangrando por um buraco (tudo bem vai...sei que exagerei. Hoje em dia existem absorventes minis, mas ainda sim é incômodo passar por isso).
Fora a TPM, que antecende a mestruação e tira quase toda mulher do seu eixo (homens vamos ser bonzinhos e respeitar esse momento em que somos capazes de chorar por causa de um comercial e instantes depois ameaçar o fulaninho que furou a fila do banco).
Mulher é estranha eu sei, sou uma delas e nem eu me entendo às vezes, mas convenhamos que com tantas obrigações assim só podíamos ser meio doidinhas, faz parte do pacote.
Além disso ainda temos que fazer depilação quinzenalmente( Filhinho tu não tá entendendo como isso dói...) Ainda dizem que mulher é fresca, isso é porque não conhecem a dor de uma virilha cavada com faixa. 
As depiladoras por sua vez não são nem um pouco boazinhas, arrancam a cera num puxão sem dó nem piedade. Na minha última sessão chegou até a escorrer uma lágrima e eu crente que ia ver um olhar de compaixão daquela mulher que sofre como eu, mas não. Ela me olhou bem no olho como se dissesse: "Engole o choro e vamos logo com isso minha filha que não tenho todo tempo do mundo".
Fazemos a unha, algumas fazem progressiva, relaxamento e outras químicas capilares, gastamos uma nota preta no salão todo mês.
E a dor do parto?
Eu ainda não tenho como relatar aqui a dor dessa experiência, mas pelas histórias que já ouvi por ai tenho medo só de pensar. Imagina só um ser humano saindo de dentro de mim???
Fora esses "sofrimentos" da vida ocidental ainda existem mulheres lá do outro lado do mundo  que passam por outras coisas muito piores. Um exemplo disso são as gueixas que usam sapatos minúsculos durante toda a sua vida toda para manter os pés pequenos. Abrindo um parênteses (quanto menor o pé mais elegante é na cultura deles).

Sem falar nas mulheres de alguns países africanos e asiáticos que sofrem com a mutilação genital. Muita gente não sabe, mas isso acontece em pleno século XXI e milhares de mulheres passam por esse processo ainda quando criança. Eles retiram o clitóris da mulher, pois acreditam que isso as torna pura e digna de arrumar um marido. Vai se catar né?Morreria solteira e feliz da vida,mas não gostaria de passar por isso.

Além de ser perigoso para a saúde e vida da mulher é um ato de crueldade, preconceito e violação TOTAL dos direitos humanos.
Acho até que deveriam ir lá cortar os bilaus de todos os homens que concordam e apoiam essa prática.

Hoje já repeti algumas vezes pra mim mesmo e pra algumas pessoas que não queria nascer mulher na próxima existência, mas tomei um Postan pra passar a cólica e mudei de idéia. Apesar da revolta juro falei da boca pra fora, mulher tem dessas coisas também. Fala, mas muita das vezes não quer dizer o que foi dito. Vai entender, somos mulheres.


Apesar dessa música falar sobre garotos, ela diz muito sobre as mulheres também...

Sei que esse texto começou de uma forma mais leve e acabou tomando um outro rumo, mas vamos respeitar porque aqui quem vos escreve é uma mulher recém saída da TPM e que está neste exato momento morrendo de cólicas.


sexta-feira, 16 de abril de 2010

Alice no país das maravilhas

Ilustração de Alice cercada pelos personagens do País das Maravilhas, Peter Newell. (1890)


Um dia comentei com um amigo que queria ver o filme "Alice no país das maravilhas" pra minha surpresa ele não esqueceu e um dia cheguei em casa e lá estava o livro em cima da minha cama numa caixa do sedex.
O livro é lindo tanto por fora quanto por dentro e acabei interrompendo a leitura que eu estava fazendo de um outro livro pra me aventurar com Alice.
A história é incrível e apesar de já conhecê-la, adorei relembrar a minha infância.
Cada um tem uma versão para história de Alice, uns dizem que a queda de Alice na toca seria o início da adolescência, já ouvi dizer que o autor estava drogado quando escreveu, outros dizem que Alice na verdade é um menino que tenta lidar com a homosexualidade, mas tudo isso são apenas especulações.
O livro é um clássico e apesar de ser destinado, a princípio, para o público infantil, ele agrada a adultos e crianças. Alice no país das maravilhas ou Alice's Adventures in Wonderland (título riginal em inglês) é uma história fantasiosa sobre questões reais da vida que mexe com a imaginação das pesssoas.
E interessante lê-lo em diferentes momentos da vida, quando criança e depois quando adulto para comparar e ter diferentes entendimentos, o que foi o meu caso. Muitas das coisas que li agora não fizeram muita diferença na época em que eu era mais nova e hoje vejo através de uma perspectiva diferente a conversa que a pequena Alice teve com a lagarta por exemplo. Pra quem nunca leu ou não lembra : A conversa de Alice com a lagarta

Me identifiquei muito com Alice e seu jeito curioso e confuso de ser. Admirei-a também diversas vezes quando falava o que lhe vinha a cabeça mesmo sabendo que aquilo poderia lhe custar a vida. A história pra quem nunca teve a oportunidade de ler foi escrita por um professor de matemática inglês chamado Lewis Carroll e fala sobre uma menininha que cai numa toca de coelho e se depara com uma outra realidade, num mundo cheio de fantasias e aventuras.
Alice tem cerca de 9 anos e durante seu percuso conhece diversos personagens curiosos como o Coelho branco, a duquesa, a lagarta, a rainha e o rei de copas, o gato de Cheshire, o Chapeleiro maluco, a lebre de março, entre outros. Ela é uma menina muito curiosa e impulsiva, diversas vezes se pegou pensando sobre a vida ou esteve triste por que não aguentava mais ficar mudando de tamanho e queria entender toda aquelas maluquices que estavam acontecendo com ela.
Acabei de ler o livro ontem e na próxima semana, dia 21 de abril, o filme estréia aqui no Brasil. Estou curiosa e espero que Tim Burton (diretor do filme) me surpreenda com essa versão em 3D. Confira o trailler oficial e aguardem a estréia! Depois volto aqui pra dizer o que achei do filme...

terça-feira, 6 de abril de 2010

Rio Submerso

Foto do site G1

Acho que todo o Brasil está acompanhando as tragédias que aconteceram na cidade Maravilhosa nos dias de ontem e hoje. Eu como moradora saí ontem do trabalho acreditando que era só mais uma chuvinha e quando fui trabalhar de manhã sequer levei o guarda-chuva.
Saindo da empresa, lá pelas 18h30 da noite, achei melhor pegar o metrô. Estava uma ventania horrível e por pouco não fui levada junto com o guarda-chuva, que por sinal parecia mais uma guarda-sol (Cavalo dado não se olha os dentes e esse eu peguei emprestado com uma amiga).
Metrô lotado como sempre e lá fui eu em direção ao meu bairro, na zona norte da cidade. Chegando a estação de metrô achei estranho ver tantas pessoas dentro da estação e aos poucos fui me aproximando da saída e encontrando cada vez mais gente. Estavam todos com cara de assustados e ficavam amontoados dentro da estação e pelas escadas. Saí finalmente passando por todas aquelas pessoas e finalmente pude constatar o que estava acontecendo.
A praça Afonso Pena na Tijuca estava completamente alagada, pessoas se abrigavam embaixo das marquises, nenhum carro conseguia passar e o único que se arriscou ficou parado no meio da praça sem poder ir para os lados, pra frente ou pra trás.
A situação estava preta e eu via algumas pessoas se arriscando a atravessar a rua com aquela água barrenta nos joelhos, outros em cima dos bancos no ponto de ônibus e outros assim como eu, sem reação, parados na saída do metrô com o guarda-chuva na mão.
Resolvi me abrigar no supermercado ao lado, como já havia feito numa dessas chuvas há um tempo atrás. Estavam todos na mesma situação, parados na porta do mercado e olhando a chuva que alagava o Rio de Janeiro.Resolvi entrar e ligar para algumas pessoas e mandar mensagens, mas meu celular mal pegava, fiquei andando pelo mercado procurando sinal. Aos poucos fui ligando e avisando outras pessoas para não voltar pra casa, liguei para meu pai pra dizer que eu estava bem, liguei pra casa pra saber se a rua ainda estava alagada e troquei mensagens com alguns amigos.
Uma amiga que saiu junto comigo do trabalho passou mais de 1h no ônibus da Cinelândia até a Lapa, caminho que geralmente se faz em 10 minutos no máximo. Fui me comunicando com ela por mensagem e fomos nos atualizando aos poucos do estado de cada uma.
Eu parada no mercado, cansada de ficar em pé me juntei a galera que colocou a cestinha de compras ao contrário e sentou aguardando a chuva dar trégua.
Ela persistiu e ao contrário do que eu pensei não parou, fiquei por mais de uma hora presa no mercado até encontrar um  amigo todo ensopado. Ele veio andando na chuva sem guarda-chuva e ficou surpreso de me encontrar no mercado porque não sabia que eu morava por ali.
Depois de saber que eu já estava lá há mais de uma hora ele insistiu pra que eu fosse embora, pois não ia parar de chover tão cedo e eu não morava tão longe assim. Dá uma sensação de impotência ficar tanto tempo parado perto de casa, mas não queria enfiar meus pezinhos naquela água cheia de leptospirose.
Depois de um tempinho meu amigo me convenceu a ir pra casa, a situação não estava tão ruim na minha rua, na praça estava muito pior, mas ainda assim fui de lá até o meu prédio fazendo cara feia.
Cheguei em casa aliviada por ter chegado e corri direto pro banheiro pra tomar um bom banho quente. Recebi mais uma mensagem da minha amiga do trabalho, ela ainda estava presa no trânsito do centro e depois de horas presa na Av. Presidente Vargas resolveu saltar do ônibus e ir andando até a estação do metrô na Central.
Conslusão: O trânsito ficou completamente parado, ruas completamente alagadas, muitas pessoas abandonaram seus carros e quem achava que era só mais uma chuvinha, assim como eu, se viu completamente impotente sem poder voltar pra casa.
Hoje acordei com o meu pai ligando dizendo que a situação estava muito ruim e que não era pra ninguém sair de casa, mas não levei a sério e voltei a dormir até a hora de trabalhar.
Logo em seguida me ligou o segurança da empresa dizendo que hoje não haveria expediente devido ao mau tempo. Recebi também uma mensagem em inglês de um dos funcionários falando que não era pra eu ir.
A partir daí a ficha caiu e fui correndo ligar a televisão, vi que a situação era MUITO pior do que eu poderia imaginar, confesso que quando soube que não iria trabalhar fiquei feliz, mas ao ver toda aquela situação me toquei que não dá pra olhar somente para o nosso próprio umbigo.
Vi quanta gente estava passando necessidade, perdendo suas casas para o temporal, gente que perdia gente com os deslizamentos de terra, famílias inteiras deseperadas e o Rio literalmente parou.
As escolas não funcionaram, muitas empresas também não e o trânsito estava um nó. Algumas pessoas estavam desde a noite de ontem tentando voltar pra casa e não conseguiam e eu reclamando de ficar presa por 1h30 no mercado. Isso não foi nada e apesar do caos na cidade me considero muito sortuda porque tenho uma casa que não alagou, não perdi carro, eletrodomésticos, roupas e nem parentes.
Segundos os jornais esse foi o maior volume de chuvas dos últimos 44 anos, o que corresponderia em média a 300 mil piscinas olímpicas cheias, podendo esse número aumentar.
Confesso que fiquei feliz quando soube que passaria o dia de folga, mas depois de ver os estragos causados pela chuva sinto muito pelas vítimas. Fico pensando nas pessoas mais próximas que conhecemos que moram em áreas de riscos e outras que nem conheço mas já me compadeço.Por isso vamos ajudar de alguma forma as pessoas que não tiveram a mesma sorte.



Como ajudar?

Fonte Jornal O Dia: A prefeitura do Rio já organizou um mutirão para arrecadar donativos para auxiliar os cerca de 200 desabrigados após as fortes chuvas que atingiram a cidade do Rio de Janeiro desde às 17h30 desta segunda-feira. A intenção é arrecadar colchonetes, alimentos não-perecíveis, água, além de roupas para serem doados aos necessitados. Ao todo, dez unidades da Guarda Municipal receberão os donativos.

Confira abaixo o endereços dos postos:

- Centro: no Centro Administrativo São Sebastião (sede da Prefeitura - Rua Afonso Cavalcanti, 455, Cidade Nova)

- São Cristóvão: na sede da Guarda (Avenida Pedro II, nº 111)

- Botafogo: na base operacional da GM-Rio (Rua Bambina, nº 37)

- Barra da Tijuca: na 4ª Inspetoria (Avenida Ayrton Senna, nº 2001)

- Madureira: na 6a Inspetoria (Rua Armando Cruz, s/nº)

- Praça Seca: na 7ª Inspetoria (Praça Barão da Taquara, nº 9)

- Lagoa: 2ª Inspetoria (Rua Professor Abelardo Lobo s/nº - embaixo do viaduto Saint Hilaire, na saída do Túnel Rebouças)

- Bangu: na 5ª Inspetoria (Rua Biarritz, s/n)

- Tijuca: na 8ª Inspetoria (Rua Conde de Bonfim, nº 267)

- Campo Grande: na 13ª Inspetoria (Rua Minas de Prata, nº 200)