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sexta-feira, 26 de março de 2010

Cantada de metrô


Quinta-feira e já acordei de ressaca.
Na quarta-feira ninguém tinha nada pra fazer aí um amigo que acabou de se mudar resolveu fazer um churrasco pra inaugurar o apê novo. Cheguei em casa morrendo de sono e quase liguei pra avisar que não ia, mas tomei um banho frio, coloquei uma roupa, despertei e fui.
Sentei na estação do metrô e fiquei lá um tempão esperando sem nada pra fazer.Tava totalmente distraída (pra variar), aí do nada alguém fala perto do meu ouvido: "Com licença senhorita, isso que você está usando é Victoria's secrets?"
Quando olhei a cara do dito cujo vi que ele tinha provavelmente a minha idade ou um pouco menos, começei a rir. Respondi um "é" meio confusa, pois imaginei que ele fosse querer puxar assunto depois disso.
Infelizmente eu estava certa, logo em seguida ele pergunta: "É de baunilha?".
Comecei a rir e disse que era Love Spell.
É claro que eu estava gargalhando por dentro e pensando que tipo de menino usa a palavra senhorita e conhece as fragâncias de Victoria's secrets?
O metrô chegou! Ufa, pensei, espero que não tenha sido em voz alta.
Ele seguiu uma direção e eu escolhi exatamente o lado oposto. Ele sentou num lugar que ficava quase de frente pra mim e passou a viagem inteira me olhando.
Eu olhei pros lados, pro teto e não tinha nehuma musiquinha tocando pra cantarolar. Cadê meu livro, porque que eu não trouxe? Ai se arrependimento matasse (ai eu não estaria aqui para passar por isso). Nada melhor do que um livro ou uma revista pra enfiar a cara e fingir que está lendo nessas situações.
O carinha que estava sentando ao meu lado levantou. Quase agarrei o cara pela perna e implorei: Moço volta aquiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, fica por favor!!!
Logo em seguida o rapaz que fala senhorita e conhece o cheiro de Victoria's secrets levantou do banco e veio caminhando na minha direção.
Fudeu e agora? Ainda faltam 7 estações.
Ele veio todo sorridente e disse: "Eu não podia deixar você aqui sozinha né? Vim te proteger!"
Na hora quis mandar ele dar meia volta volver, mas simplesmente dei um sorriso desses de Monalisa (Mamãe me ensinou bons modos).
Porque?Porque? Porque?
Sempre me arrependo de ser simpática quando não quero e sempre volto a fazer, é um ciclo vicioso.
Nessa de "me proteger" ele começou a falar sobre assaltos em meios de transportes e dizendo que uma mulher tão bonita não poderia ficar sozinha. Contou as histórias de assalto que ele conhecia e que já tinha acontecido com ele ou com amigos.
Já comecei a ficar assustada, que papo era esse meu amigo?
Das duas uma: Ou ele vai me assaltar ou realmente não sabe desenvolver um diálogo. Rezei para que fosse a segunda opção, melhor ser cantada por um tapado do que um assaltante.
Até que olhando bem ele não era feio não, muito bonitinho até, mas com uma carinha de irmão mais novo impegável.
Tenho uma mania feia de achar que todo menino novinho parece com  meu irmão caçula.Nào só fisicamente, mas o jeito de se vestir, de falar, enfim não consigo pegar. Não rola sabe?
Deixando de lado o lance da "não- atração" o menino começou a perguntar sobre toda a minha vida. Sete estações depois ele já sabia o que eu fazia, pra onde eu estava indo e que uso victoria's secrets Love spell.
Chegou no Largo do Machado, virei pra ele e disse: Chegou minha estação!
Ele olhou com aquele olhar de cachorrinho que pede pra ser adotado no canil e disse: Mas como eu faço pra te ver de novo?
Ai eu comecei a rir e já levantando para saltar falei: A gente se encontra pelo metrô.
Ele insistiu dizendo que seria muito mais difícil me encontrar assim, que seria melhor se eu desse meu e-mail ou telefone pra ele.
Como eu não gosto de nada fácil e também não tinha o menor interesse em encontrar o "Don Juan do metrô" novamente falei: Se for pra ser a gente vai se ver de novo, senão deixa pra lá....
É claro que não acredito nesse papo de destino, às vezes até calha uma coincidência ou outra, mas quando não tô afim prefiro dar uma dessas desculpas de moça educada junto com meu sorriso de Monalisa (até que ele serve pra coisas boas também).

Depois disso fiquei pensando: Vai que eu encontro esse figura de novo? Impossível não é, aposto que ele vai olhar pra mim e falar: Olá senhorita, lembra de mim? Era pra ser viu só?
Imagina só a cena, seria literalmente o destino me pregando uma peça por falar em vão dele.


Descobri que a trident fez algo parecido e reuniu 50 pessoas no metrô em Porto Alegre para avaliar o xaveco alheio.Eles tinham o tempo entre uma estação e outra para avaliar o xaveco do outro,depois trocavam e passavam para o próximo. Foram 576 encontros filmados na íntegra. Confira um pedacinho!


terça-feira, 9 de março de 2010

Quando menos se espera


Lá estava ela na fila do banco usando seu shortinho jeans surrado, com uma camiseta antiga do pink floyd e um coque preso no alto( nesse dia não passou blush como de costume). Até para malhar ela usava blush, pois sua a materna dizia o tempo todo que o blush dava vida e saúde ao rosto da mulher e ela nunca mais esqueceu disso.
Estava com um visual "bem de casa", perfeito pagar as contas no banco e voltar a tempo para alimentar os gatos. Tinha 2 gatos e um amor incondicional por eles que carinhosamente chamava de: Mozart e Beethoven.
Eles haviam se tornado seus maiores companheiros após o término com Ricardo, seu namorado havia 5 anos.
O relacionamento era tranquilo e ponto. Marina tinha uma vida estável e Ricardo era engenheiro, eles poderiam muito bem ter se casado e até pensaram nisso algumas vezes, mas nunca quiseram dar um passo adiante, apesar da família inteira perguntar quando sairia o casório.
No fundo eles percebiam que não tinham sido feitos um para o outro. Eles já não sentiam mais vontade de arriscar, de seduzir, de viajar juntos.Tudo tinha virado uma mesmice, sem nenhum tesão, quase como uma comida sem tempero.
Marina nem sempre tinha sido a mulher mais tranquila do mundo, já fora ciumenta em outras relações, mas há anos que já não sentia mais esse "medo de perder" Ricardo.
E todos os dias eles sonhavam com o dia em que conheceriam alguém que os fizesse sentir aquele friozinho na barriga novamente, que tirariam eles daquela relação preto e branco.
Tudo isso estava muito distante da realidade dos dois e um belo dia Ricardo resolveu tomar a iniciativa. Mandou um e-mail meio sem coragem para a namorada dizendo: "Precisamos conversar."Pensou algumas vezes antes de clicar na tecla enviar, mas mandou antes que mudasse de idéia.
Ela estava no trabalho quando leu e respondeu logo em seguida: "Tudo bem".
Lembrou já ter ouvido de um ex namorado essa mesma frase e sabia que não era coisa boa, mas não se desesperou porque sabia que um dia isso iria acontecer, querendo eles ou não.
Era sexta-feira a noite e Ricardo apareceu todo molhado da chuva com uma cara de cãozinho que caiu do carro de mudança.
Ela olhou e esperou que ele emitisse o som das palavras.
Ela pegou na mão dele e ele começou a chorar sem parar. Ela o abraçou e sem mais palavras eles terminaram. Não bateram boca, não quebraram pratos e muito menos xigaram um ao outro, simplesmente entenderam que era o fim.
A família dos dois não entendiam como aquilo tinha acontecido, afinal de contas eles eram tão "perfeitos" um pro outro. Nunca brigavam e estavam sempre juntos.
Marina fechou a porta e ao invés de sentir-se aliviada pelo fim daquele fardo sentiu-se deprimida. Começou a chorar inconsolavelmente enquanto as amigas diziam que aquilo iria passar e quem sabe eles voltariam.
Aí ela chorou mais ainda, pois apesar de estar sofrendo com a perda do ex, não queria voltar pra aquele namoro sem sal.
Sempre soube que queria algo mais e que seria incapaz de sentir isso com Ricardo e de fazê-lo sentir também. Eles eram o casal mais perfeito e imperfeito da face da terra.
Tinham quase tudo que poderia se querer, mas faltava o algo a mais, o tempero que dava sabor ao relacionamento e eles viviam frustrados e infelizes porque sabiam que só encontrariam isso se tomassem rumos diferentes.
Depois de alguns potes de sorvetes, semanas de solidão, filmes de romance e muita choradeira, Marina resolveu pedir ajuda às universitárias. Lembrou das amigas dos tempos de faculdade e ligou para marcar um programinha.
Lembrou que elas eram super animadas e o melhor: Estavam sempre solteiras! Nada melhor do que sair com amigas solteiras para acabar com uma fossa pós-namoro.
Com cabelo pronto, maquiagem perfeita e vestidinho novo, Marina e as amigas seguiram em direção a mais nova boate de Curitiba. Foram de táxi já que ninguém queria ser a motorista da vez.
Ambiente legal, música ótima e um monte de pirralhos. Deu uma analisada geral e só viu meninos da faixa etária de 18 a 23 anos, o que seria ótimo se ela ainda estivesse nos tempos de matinês . Marina quase quis se afogar na pia do banheiro feminino e pensava: Aonde foram parar as pessoas da minha idade?
Se sentiu a mulher mais velha e feia do lugar, quando derrepente percebeu que os meninos não paravam de olhar pra ela.
Superada a crise de idade, decidiu que aquela seria sua perfect night. Música alta, amigas divertidas, drinks exóticos e ainda por cima estava fazendo sucesso com os "pirralhos"e o melhor sem nenhuma preocupação em seduzir ninguém.Não precisava fazer pose, fingir que era recatada, nada disso tinha importância naquela noite.
Voltou pra casa com uma sensação incrível de felicidade e liberdade. Aí lembrou que deveria ser efeito dos martinis e do Sex on the beach. Imaginou que o dia seguinte seria de ressaca, mas não estava nem aí queria curtir aquele momento.
Acordou com cara de dia anterior e foi assim mesmo pagar a conta de luz vencida no banco da esquina.
Apesar da dor de cabeça sentiu-se leve e sorria pra tudo. Era a sensação de uma mulher apaixonada por si mesmo e que tinha acabado de se redescobrir.
Depois de anos acomodada num relacionamento estável, descobriu-se mulher de novo, enxergou sua personalidade com mais clareza, descobriu-se desejada e cheia de desejos também.
Na fila do banco encontrou uma vizinha, uma daquelas senhorinhas que adoram falar sobre as dores que estão sentindo pelo corpo, mas Marina estava tão leve que nem se incomodou em ouvir as reclamações de Dona Edite.
Estava tão sorridente que parecia ter sido a última ganhadora da mega, foi quando distraída esbarrou sem querer no braço da vizinha e deixou a conta com o dinheiro cair no chão.
Abaixou, pegou e assim que levantou a cabeça viu um moreno de olhos castanhos sorrindo pra ela. (provavelmente ele já estava reparando naquela alegria toda que ela esbanjava). Ela nem se deu conta, mas  quando viu ficou com o rosto completamente ruborizado (nem precisou de blush), sentiu um frio do Alaska no estômago e pensou consigo mesmo que agora tinha voltado a enxergar as cores do mundo.

quinta-feira, 4 de março de 2010

De volta....

Pessoal sei que eu estava meio sumida, mas é que tem muita coisa acontecendo nesse momento e acabei ficando sem tempo pra vir aqui escrever.
Estou muito feliz em ver que muita gente tem acessado o blog!
Obrigada a todos que lêem, àqueles que reclamam quando fico muito tempo sem postar e aos que riem e se identificam com minhas histórias! Obrigada mesmo!

Um beijo a todos e um ótimo final de semana!

Ele é um fofo...


- Amiga adivinha só...
- Hoje ganhei flores! Um buquê de rosas vermelhas lindo!!!
- De quem? Daquele loirinho do seu trabalho?
- Nãooo, claro que não.
- Já sei, foi do carinha que esbarrou em você na fila do banco e te chamou pra sair.
- Não antes fosse menina. Foi do Felipe.
- Hum, Felipe é aquele que te trata que nem namorada?
-É esse mesmo e depois dessas flores já vi que não tem jeito, vou ter que ligar pra ele e falar que não vai dar certo entre a gente.
-Mas porque amiga? Você sempre reclamou dos cafajestes que conhece por aí, dá uma chance pra ele. Além de lindo, ele é um fofo.
- Ai é que tá. Fofo só é uma qualidade quando nos referimos a uma criança, a um ursinho de pelúcia, ou a um bichinho de estimação.

Fora isso fofo não é um bom sinal. Quando o cara é fofo demais ele vira seu amigo e dificilmente um namorado ou casinho.
O fofo é aquele que você liga quando está carente de elogio, é aquele que ouve seus problemas por horas e não se incomoda, é aquele que sempre liga no dia seguinte quando diz que vai ligar e jamais dá um balão na namorada. O fofo nunca some por um mês e depois reaparece do nada te chamando pra sair.
O fofo está sempre disponível pra você e nunca diz não para os seus pedidos.
O fofo escreve poesias e adora se envolver com pessoas que não estão nem aí para ele, mas ele é fofo....ele entende.
O fofo não é gay, ele tem uma pegada boa, mas nada que te faça perder horas de sono pensando nos beijos dele, ou que te faça ter borboletas no estômago.
O fofo sempre liga na hora marcada e nunca te faz esperar por horas ao lado do telefone numa sexta-feira a noite.
O fofo tem um monte de amigas e você não morre de ciúmes delas, pois sabe que ele é apenas o fofo do grupo.
O fofo é perfeito, aliás ele é quase perfeito, porque ninguém aguenta ficar saindo com um fofo por tanto tempo e pouquíssimas mulheres sentem atração fatal por eles.
Se é que existe mesmo o tal jogo de amor e sedução o fofo é quase um café com leite, ele é neutro nesse jogo.
Os fofos estão por aí, mas não é sempre que eles são tendência. Há épocas da vida como término de relacionamentos, inverno e dia dos namorados, onde eles exercem um papel mais importante.
Nessas datas eles são muito requisitados e é bom ligar com uma certa antecedência.
Eles suprem carências amorosas, emprestam o ombro amigo, saem pra jantar e adoram ouvir sobre histórias da sua vida, mas não engane-se ele não é casinho que você enrola por meses. O fofo gosta de namorar e está disposto a se envolver numa relação mais séria.
Por isso amiga se um dia um fofo lhe mandar flores e você não estiver pronta para promovê-lo ao cargo de namorado, pule fora antes que seja tarde demais.
Afinal de contas, ninguém quer magoar um fofo.