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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Até ontem


Até ontem eu era aquela menina que escrevia cartas, aquela menina que acreditava na sinceridade do olhar entre as pessoas.
Sim, era eu mesma que ficava com dor de estômago só de pensar que daqui a algumas horas iria te encontrar.
E hoje quem eu sou?
Não sou fria, só não sou mais menina. Tenho objetivos claros, não me entrego fácil. Depois de você me tornei desconfiada, do tipo que não se envolve com qualquer pessoa. Provavelmente você deve estar achando tudo isso estranho, afinal de contas você era a razão e eu a emoção.
E agora?
Agora sou isso, amanhã já não sei mais. Cresci e amadureci, coisa que talvez eu não teria feito se ainda estivesse tão presa a você e tão distante de mim.
Quando eu era adolescente eu me rotulava, vivia tentando me encontrar. Hoje não faço mais isso, prefiro me perder pra conseguir me achar. Amadureci e hoje estou assim. Amanhã já não sei e isso já não me incomoda mais.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Ausência de você


Já se passaram três anos desde que você se foi, mas parece que foi ontem tamanha é a dor que sinto. Se eu fechar os olhos ainda consigo ouvir você cantando pra mim, me fazendo rir. Como era bom te ter.
E logo você? Eu tinha tantos planos pra gente. 

Faltavam apenas alguns meses pra eu me formar na faculdade. Você seria um advogado de sucesso e eu seria sua. Eu tinha planos profissionais também, mas você estava em primeiro lugar.
Eu acordava pensando em você e passava o dia tentando descobrir uma maneira de acabar com a distância entre nós. Como era bom te encontrar! Cada vez que nos víamos eu ficava com mais saudade, como eu queria ter nascido na mesma cidade. 

Amei cada detalhe seu, inclusive os defeitos que eu não consegui enxergar. Você era perfeito como nenhuma outra pessoa vai ser. Na minha cabeça você era o homem dos meus sonhos, mas você não passava de um menino querendo dar certo da vida. 

Se eu tinha alguma dúvida sobre conto de fadas agora já não tenho mais, o que vivi com você foi muito próximo disso, a diferença é que a história não acabou no “E viveram felizes para sempre”.



Sempre fui realista, pé no chão, do tipo que quer uma carreira pra depois pensar em formar uma família, mas com você eu era diferente. Eu era o melhor e o pior de mim. 

O que senti por você foi tão forte que eu tenho medo de nunca mais sentir isso, ou então sentir de novo e perder meu chão, como quando te perdi.

Te perdi, mas isso me parece mais uma ausência temporária do que umponto final. Parece com aqueles casos de homens que saem pra comprar cigarro e nunca mais voltam!  Mas no fundo eu sei que você vai voltar, você não é como os outros. Até porque, todos os anos você faz questão de me lembrar que está bem vivo aqui dentro.

Quando o telefone toca dou um pulo da cadeira e o sentimento, que tento sufocar há anos, me mostra que você está mais vivo do que nunca. E cá estou eu esperando você retornar, porque você me disse que precisava ir pra não me perder.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Tanto riso, oh quanta alegria, mais de mil palhaços no salão

Calor dos infernos, sol de rachar, gente se esbarrando, mulheres desiludidas simulando felicidade com uma lata de cerveja na mão, todos andando atrás do bloco e eu lá com cara de palhaça “literalmente”. Meu humor não estava dos melhores e decidi ir fantasiada pra tentar entrar no clima.

Minha tentativa foi em vão, o primeiro palhaço que me abordou não usava fantasia, era um daqueles caras sem blusa que freqüentam “ACADIMIA” inclusive aos domingos. Tenho horror a gente que se preocupa mais com o corpo do que com a cabeça. 

O ogro me puxou pelo braço e quase dei piti nessa hora. Me irrito profundamente com essas pessoas que vivem no tempo das cavernas. Fiz cara de poucos amigos, é carnaval tudo bem, mas não sou obrigada a ser Miss simpatia com quem me puxa pelo braço querendo me beijar a força. Não dei atenção! Morro de preguiça de tentar socializar com gente que não sabe conversar, ou gente que fala “colega”, “namoral” ou “caô”, desses eu corro na primeira oportunidade. 

Ainda tentei esboçar um sorriso pra me passar por menina educada, mas o rapaz resolveu roubar o meu nariz de palhaço achando que estávamos no jardim de infância. Isso foi uma tentativa de chamar minha atenção? Parabéns, você conseguiu!

Não sou careta, não sou fresca e muito menos estou em busca de um relacionamento sério em um bloco de carnaval. Alguém avisa pro menino que não temos mais 5 anos de idade? Queridinho aproveita e devolve logo a droga do meu nariz que quero voltar pro bloco!

Cansei de gente que fica contabilizando beijo no carnaval, gente que só sabe se expressar depois de muitos goles de cachaça, ou gente que tenta se expressar da maneira mais tosca: puxando as “mina” pelo braço. Será que eles ainda não entenderam que mulher de verdade não gosta de ser tratada como um pedaço de carne, ou uma boca sem nome (pra quê saber o nome se você só vai beijar a fulaninha uma vez né?), me chamem de velha, mas acho isso um absurdo. Aqueles que são tímidos eu não crucifico, acho até bonitinho.
Mas se a essa altura do campeonato os homens, na faixa de 30 e 40 anos, ainda não sabem como tratar uma mulher, vou te contar meu amigo: tô quase jogando a toalha.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A cura para a modernidade

Na semana passada o Instituto Nacional do câncer revelou que cerca de 520 mil casos novos da doença podem surgir para o ano de 2012. O câncer é a doença do século e infelizmente ainda não encontraram a cura. Contudo, temos um outro mal que também assombra esses novos tempos modernos: a tecnologia.

Não tenho a menor dúvida de que a tecnologia auxiliou e ainda auxilia a sociedade em diversos aspectos, tantos esses que seria incapaz de enumerá-los. Não saio de casa sem o meu celular, tenho internet wi-fi, blog, twitter, facebook, msn, linkedin, enfim estou bem inserida nesse meio virtual.

De acordo com minha pequisa na internet a palavra virtual vem do latim medieval virtualis, derivado, por sua vez, de virtus, força, potência. O virtual tende a atualizar-se, sem ter passado, no entanto, à concretização efetiva ou formal, ou seja, é algo que não existe na forma física.

Se é algo que não existe na forma física, porque insistimos tanto em manter relações virtuais?

Sinto falta de receber cartas, telefonemas, abraços, de conversar no portão até tarde da noite. Se a internet tem a função de aproximar as pessoas e encurtar a distância, porque será que ela faz exatamente ao contrário?

A internet deve ser aquele filho teimoso que faz exatamente o contrário daquilo que deveria fazer, só de birra. O mundo virtual se propõe a otimizar o tempo e a economizar o dinheiro que gastaríamos com telefonemas interurbanos, mas inversamente proporcional ela afeta diretamente a relação entre as pessoas.

Antigamente, no dia do meu aniversário eu recebia várias ligações e as pessoas iam até a minha casa pra dar parabéns, e agora?
Atualmente recebo um monte de posts no meu facebook. Não quero desmerecer nenhuma das mensagens, muito pelo contrário eu gosto delas, mas porque as coisas tinham que ser tão modernas?

Toda essa rapidez tecnológica fragmenta os relacionamentos. As coisas ficaram mais rápidas, mais instantâneas e menos consistentes. Relacionamento não é apenas compartilhar fotos, não é curtir a foto de pessoas que não vemos há anos e nem sequer ligar pra saber como está, não é “estar” com o outro em momentos difíceis dando conselhos via msn.

A relação entre as pessoas passarou a ser através de suas máquinas, sempre escondidas atrás de monitores, teclas e a um clique de tudo. Não condeno a tecnologia, muito pelo contrário, através dela descobrimos a cura de doenças e ganhamos conforto. Sou adepta a ela, mas acho que fazemos mau uso.

Os sites de relacionamentos amorosos estão lotados de perfis que querem encontrar a outra metade da laranja, mas têm medo de sair em busca. Tem muita gente carente e cheia de problemas emocionais por aí, afinal de contas computador não substitui contato físico e bate papo não é terapia.

Pierre Lévy já dizia em sua obra: "A virtualização pode ser definida como o movimento inverso da atualização... A virtualização não é uma desrealização, mas uma mutação de identidade".

Avançamos científica e tecnologicamente, mas retrocedemos no quesito humanidade. São milhares de indivíduos conectados e cada vez mais distantes um do outro. Há uma inversão de valores, pois o que deveria contribuir para a vida em sociedade está deteriorando as relações entre as pessoas.
Esse é um dos grandes tumores século, só espero que diferente do câncer encontremos a cura.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

De volta ao blog

Descobri que quando sou eu mesma as coisas ficam mais fáceis. Me aceito do jeito que sou e tento ir melhorando a cada dia. Tenho defeitos sim, mas não me cobro perfeição. Afinal de contas, quem não tem defeitos?

Só quero ser feliz! Quero conhecer gente nova e lugares exóticos, quero me conhecer.

Quero olhar pra trás e perceber que fiz alguém feliz, que fiz diferença na vida de alguém. Não existe nada melhor do que ver alguém sorrindo por nossa causa.

Quero continuar sendo assim meio devagar, meio desligada, mas antenada na vida.

Stress? Também sofro desse mal e quem achar a cura, por favor, venha me contar.

Não me incomodo em ficar só, muito pelo contrário, só quando estamos sozinhos é que conseguimos nos “enxergar” de verdade.

A presença dos meus amigos também é fundamental, sem eles não sou eu mesma. Como é bom rir junto com eles...

Minha avó tem 92 anos, sofreu um AVC há uns anos atrás e está mais viva do que muita gente com saúde. Um dia também quero chegar lá, mas só se for pra ter essa alegria que ela tem. Gosto tanto de estar com minha família, nem que seja pra jogar “tô por um” no fim da tarde e beber café com bijú.

Não gosto de falar de manhã quando acordo, mas gosto de abrir a janela e ver o céu azul. Quando isso acontece eu sorrio por dentro.

Vivo tirando fotografias mentais, de momentos e lugares que quero guardar.
Meu arquivo é extenso e minha vida também...