Tenho escutado muito essa música de axé por aí e parece que ela emplacou nas paradas. Esse trechinho "Eu quero mais é beijar na boca" é apenas o refrão dela, mas acho que já dá pra imaginar do que se trata.
Provavelmente é a letra "perfeita" pra quem acaba de levar um pé na bunda e só quer saber de curtir a vida, beijando outras bocas e galinhando por aí.
Nada contra os solteiros, eu inclusive posso me incluir nesse grupo, mas nem por isso saio por ai beijando um monte de bocas.
Estamos vivendo na era do express, do fast food, da correria, da comida congelada, da academia 24 horas, da foto instantânea.
Ninguém tem mais tempo pra nada quem dirá pra se apaixonar.
Dá muito trabalho conhecer, trocar telefone, marcar encontro, descobrir as manias dela, conhecer a família dele, aguentar as crises. Pra quê?
-Dá muito trabalho prefiro aproveitar a vida! Esse é o álibi dos solteiros convictos.
É muito mais fácil ir pras boates, pras micaretas, pras raves, tomar uns gorós e beijar uma menina qualquer sem compromisso, sem preocupação.
E o mesmo vale para as mulheres, que diga-se de passagem não ficam atrás nessa história não. Elas parecem que resolveram sair pro jogo atacando com tudo.
Ai fico me perguntando: O que houve com a troca de olhares, com a timidez, com o friozinho na barriga, com a intimidade?
Acredito que assim como o amor eles saíram de moda.
A paixão por sua vez anda em alta e está por aí tatuada nos corpos dos namorados, nas capas de revista e nos relacionamentos relâmpagos que surgem com força total! Alguns famosos declaram toda semana que enfim encontraram o verdadeiro amor.
As pessoas saem por ai curtindo e agindo como se o mundo fosse acabar amanhã. Pra quê pressa?
Segundo Cazuza "O Tempo não pára", mas nem por isso precisamos acompanhar esse ritmo frenético do mundo moderno. O que custa admirar a natureza, pensar na vida, ler um livro sem pressa de chegar ao fim?
Custa tempo, coisa escassa nesse dia-a -dia corrido da gente.
Juro que essa crônica não é uma crítica a música da Cláudia Leite ou ao estilo de vida das pessoas, afinal de contas cada um tem seu ritmo. Contudo tenho observado que as relações por aí andam cada vez mais apressadas e superficiais. Tudo é pra ontem, não há tempo a perder.
Hoje beija-se mais e conhece-se cada vez menos.
Arrumar namorado (a) parece que virou algo mecânico para algumas pessoas. Parece refúgio de quem está cansado da pegação quando deveria ser exatamente o contrário.
Namorar deveria ser algo por extrema necessidade, quando se gosta tanto que é impossível pensar no outro sem querer estar junto.
Alguém já dizia:" A pressa é inimiga da perfeiçao".
E ao que me parece dos relacionamentos também...