Pages

domingo, 13 de julho de 2008

Indecisões que me acompanham


Desde pequena sempre tive dificuldade em tomar decisões. Sou muito determinada, mas meu lado emocional, até hoje, vive brigando com o meu lado racional e isso acaba me atrapalhando. Por exemplo: na hora em que o pipoqueiro perguntava se eu queria pipoca doce ou salgada, eu ficava na dúvida e acabava pedindo pra ele misturar as duas, colocando a salgada embaixo e a doce em cima com bastante leite condensado. Quando tenho que escolher entre dois filmes na locadora, acabo levando os dois ou alugando um no dia e o outro no dia seguinte. Até hoje, se chego numa loja e gosto muito de uma roupa ou de um sapato, fico um tempão namorando até me decidir. Aconteceu recentemente, com um vestido que eu vi num catálogo e demorei quase um mês pra querer realmente comprá-lo. Para minha grande surpresa e decepção o vestido já tinha acabado em todas as lojas. A última grande decisão que tive que tomar era relacionada à minha vida profissional. Pensei muito e acabei recusando a proposta que me foi feita com medo de não dar conta do recado. Depois de uma semana, comecei a analisar direitinho e lembrei de uma frase que ouvi outro dia numa reunião budista: “Por mais que você não esteja escalando a montanha que você quer, esforce-se ao máximo e suba até o topo, pois quando você for escalar a sua montanha já estará com os músculos fortalecidos”. Conclusão da história: me arrependi . E acho que poderia ter arriscado, pois só existem duas possibilidades na vida: ou dá certo ou não dá. Se der, ótimo. Se não der, ninguém sairá perdendo. Muito pelo contrário, somos capazes de aprender, às vezes[B2] , até mais com nossos erros do que com os acertos. Acho que, depois disso, acabei me fortalecendo e vendo que a vida é isso: inconstante e cheia de desafios que nos testam diariamente. Só que, agora, estou quase numa sinuca de beco, pois a decisão que tenho que tomar envolve outra pessoa e muitos sentimentos. Sinto-me como se estivesse num nível mais elevado do jogo. E esta seria a hora em que eu venceria e mudaria de fase, ou cairia num abismo e voltaria para o início. Essa, provavelmente, será uma semana em que meu pensamento não estará presente em todos os lugares nos quais eu estiver. É como se o tempo estivesse passando rápido demais e ao mesmo tempo lento para decidir uma coisa tão complicada. Quero muito tomar a decisão correta. Desta vez, não dá para experimentar a pipoca dos dois sabores ou levar os dois filmes pra casa. Não quero magoar outra pessoa nem tão pouco desvalorizar seus sentimentos prolongando o tempo de espera, por causa de uma indecisão minha. E não quero mais levá-la como obstáculo para a fase seguinte da minha vida.