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domingo, 9 de agosto de 2009

A liga da justiça


Diferente da maioria dos meus finais de semana, nesse passei por grandes emoções.
Saí do trabalho já de birra, porque quando meu chefe virou e falou:
- Se quiser pode sair mais cedo hoje.
Como qualquer ser humano normal que sou, entendi que podia ir embora. Juntei minhas tralhas e desejei um bom final de semana, afinal de contas o fim de semana tinha começado pra mim.
Quando fui me despedir do meu chefe ele me vira e fala:
- Eu não mandei você ir embora não, só disse que podia sair mais cedo.
Lógico que pedi desculpas pelo mal entendido e perguntei se ele queria que eu voltasse ao trabalho.
Ele vai e me responde:
- Não agora não precisa mais, deixa pra lá.
Saí bufando porque detesto esse tom irônico que as pessoas fazem pra explicitar o que pensam.
Enfim, chutei o balde e deixei pra lá afinal de contas nada iria estragar meu final de semana de descanso e paz.
Não estava muito animada pra sair, mas minha irmã acabou inventando um programa bacana perto de casa e topei ir. Fomos pra um sambinha num barzinho novo que estava inugurando a parte de cima com uma roda de samba.
Chegando lá nos deparamos com um preço diferente do que havia sido anunciado so site do estabelecimento. Achamos estranho, mas como não éramos as primeiras a reclamar o carinha acabou chamando o gerente.
Na espera por ele, acabei avistando uma amiga minha com um grupo enorme e fui lá falar com ela e perguntei se ela estava indo pro sambinha também.
Ela me disse que tinha ido pra lá com esse intuito, mas também viu um preço no site e chegou lá era outro, então eles desistiram de entrar.
Logo depois, eis que surge o gerente do lugar: Um cara mirradinho, sem porte nenhum de gerente que mais parecia o faxineiro.
Dizem que as aparências enganam e várias vezes já comprovei que isso acontece mesmo, mas esse não era o caso no dia. Além de ser mau-educado e não pedir desculpas pelo preço errado, ele fez pouco caso e disse que tinha acabado de entrar no site e viu que o preço era o que ele estava falando e não o que tínhamos visto.
Mais uma vez saí de lá irritadíssima com o péssimo atendimento e revoltada com o gerente que estava afim de enrolar a gente.
Pelo azar dele e nossa sorte, morávamos perto e não tínhamos a intenção de deixar pra lá e esquecer o acontecido.
Fui em casa com minha irmã e minha amiga, entramos na internet e vimos que além de estarmos certas o gerente havia mentido pra gente. Pegamos o laptop e o carro e fomos até lá mostrar a ele o site que ele disse que tinha acabado de ver.
Chegamos lá minha amiga e o grupo dela já haviam ido embora e nós chamamos mais uma vez o gerente, não com a intenção de entrar, mas de fazer justiça.
Quando chegamos com o laptop todos ficaram rindo. Os garçons, seguranças e inclusive a hostess. A cara de todo mundo era: "Puta merda o gerente se ferrou!". Acho que ele não era muito querido entre seus colegas de trabalho também.
Chegamos lá e mostramos o site com o preço certo e ele olhou, olhou e disse:
- Bom no meu computador tá outro preço.
Na hora perguntei se havia outro site porque era impossível haver um site com dois preços diferentes.
É lógico que não havia e ele além de não admitir, disse que se a gente quisesse podia ir no escritório dele ver e comprovar que ele estava falando a verdade.
Continuamos tentando extrair um pouco de verdade dessa confusão toda, mas esse gerente era implacável. Se houvesse um troféu pro cara mais cabeça-dura do mundo ele com certeza seria o líder mundial.
Estávamos revoltadas é claro e explicando a ele que segundo as leis do consumidor, se existem dois preços diferentes num mesmo produto o cliente vai pagar pelo mais barato.
Ele disse que na lógica dele isso não é bem assim, mas enfim não estávamos falando de lógica e sim de lei.
Cansamos de debater com o cidadão e num dado momento estressadas e cansadas, falamos:
-Tudo bem a gente vai lá na sua sala pra ver o preço no seu computador. Sabíamos que essa era a ultima chance de fazer justiça.
Assim que falamos isso ele disse:
-Não, nem pensar. É lógico que não vou abrir minha sala pra vocês, é a minha intimidade.
Rebatemos:
-Como assim você chama a gente pra olhar e depois volta atrás? Até porque sua intimidade é na sua casa, não no seu local de trabalho.
Cansamos da ignorância e senso nenhum de gerência desse cidadão e resolvemos ir embora, mas ainda dispostas a mudar aquela situação. Quando fomos saindo do bar, um segurança chamou a gente de lado e disse que esse gerente era um panaca e que não era pra gente deixar de denunciar porque o dono não sabia nada do que estava se passando por lá.
Saímos exaustas dessa briga, mas muito orgulhosas por não ter deixado passar em branco, como em muitas situações da vida. Até nos denominamos nesse dia de liga da justiça e brindamos com um belo chopp em um outro bar, é claro.

Nosso sábado começou muito melhor, o dia estava lindo e decidimos ir a praia. Eu e as mulheres da liga da justiça!rs
A praia estava perfeita e decidimos dar um pulo na cachoeira após a praia pra dar um mergulho e renovar a alma, se é que isso existe.
Fizemos um trilha ótima e enfim chegamos a cachoeira, que foi um revigorante para nossas tensões do dia anterior.
Após a cachoeira fomos na vista chinesa dar uma olhada no visual que faz juz a nossa cidade maravilhosa!
Se houvesse uma trilha sonora pra esse dia com certeza usaríamos "It´s a beautifull day", do U2.
Voltamos pra casa e depois desses passeios fiquei mega cansada e acabei não saindo a noite.

No domingo de manhã acordei cedo porque tinha que ir na loja do meu pai. Saindo aqui de casa parei num sinal de trânsito e por causa do sol forte o motorista do caminhão atrás acabou batendo na minha traseira.
Fique sem reação e quando saí do carro pra olhar o estrago pude ver que não tinha sido nada demais e deixei pra lá. Arranquei com o carro, mas ouvi um barulho estranho e meu irmão que estava no banco do carona, achou melhor parar. O caminhão parou logo atrás da gente e ligamos pra polícia pra fazer a ocorrência.
Meu pai está viajando de férias e tenho certeza que se ele estivesse aqui ia mandar eu ir embora e deixar pra lá, mas acabei ficando.
O motorista do caminhão era muito gente boa e assim que a polícia chegou fomos dando início aos procedimentos legais.
Logo depois o policial me chamou de canto e disse que o documento do carro estava vencido que iria ter que me rebocar. Na hora pensei: "Que merda!"
Ele disse que nesse caso era melhor não fazer ocorrência, mas nossa placa já havia sido anotada na hora que fizemos a ocorrência e isso implicaria no reboque do carro que estava em situação irregular.
Fiquei muito chateada comigo mesma por ter parado e nesse tempo meu irmão ligou pra nossa madastra, pra avisar que a gente ia se atrasar.
Convencemos o carinha do caminhão a não fazer a ocorrência e ficamos nós três com os dois policiais. Logo depois o policial veio com um papo manso de que tinha um contato e que até poderia resolver nosso problema, mas que iríamos ter que contribuir com o dia dos pais do pessoal que ele tem contato na corporação.
Ou seja, me dêem dinheiro e eu libero vocês.
Na hora fiquei puta e chocada, porque mesmo sabendo que isso acontece muito no Brasil nunca tinha vivenciado uma experiência dessas.
Na hora pensei: "Que merda não quero fazer parte dessa corrupção".
Virei pra minha irmã e falei:" Vamos começar logo esse daimoku mental".
Logo depois minha madastra ligou e disse que a vistoria do carro estava em dia e que provavelmente o documento novo estava pelo carro. Meu irmão então, começou a fuçar o porta-luvas na esperança de encontrar o tal documento, mas não encontrou nada.
Logo depois fui arrumar a bagunça que ele tinha feito e por acaso encontrei o documento.
Na hora deu vontade de rir, pular de alegria e virar pro policial que estava tentando passar a gente pra trás e falar:
- Tá vendo idiota?Não foi dessa vez!
Mas me segurei e disse: Tchau, um bom dia dos pais pra vocês.
A batida foi uma besteira e o barulho também foi resolvido, fiquei feliz, mas muito mais feliz porque não sustentei a corrupção desses policiais.
Apesar de todos os perrengues desse final de semana muito incomum, foram grandes experiências. Umas boas e outras nem tanto, mas o melhor é acabar o final de semana sabendo que fizemos alguma diferença e não desistir de ser justas mesmo nas pequenas coisas do dia-a-dia.
Agora que já fundamos a liga da Justiça, vamos em frente!

7 comentários:

N@ty Ferreira disse...

ÊEEEE adorei!
beijos
naty

Rascunho das Palavras disse...

Jesus apaga a luz! Liga da Justiça?!?!?! hahahhhaahahahhaha

To no trabalho... dps vou comentar direito

bjokas

Rascunho das Palavras disse...

1- Putz teu chefe te pregou uma pegadinha maneira hein hehehe...
obs: ta trabalhando desde quando? 0.o

2- Po Juliana..., essa parada do lugar ai q vcs foram e o preco tava diferente é serio?. Serio que vc foi em casa, buscar um notebook pra mostrar para uma pessoa que nao ta nem ai?. Sua paciencia é incrivel, eu tinha denunciado na mesma hora.

obs: po arrumara uma quizumba por quanto de R$ a mais?. Me lembrei daquela vez que eu sentei ali no conversa fora com vc, a Manuela e a tua irma , e vc e natalia ficaram me zoando, dizendo que 110 reais numa boate era "baratinho".

3 - Bateu o carro?!?! Ai jesuis...rsrs

Unknown disse...

Nossa!!!!!!!
Que fds foi esse, hein!!!
Bjssss

Unknown disse...

hahahahah....que bom que o final de semana rendeu boas histórias e provou o nosso senso de justiça! Teria que entrar o "eu estou tãoooooo emocionadaa, que a virgem maria cubra com oi seu manto..."rsrsrsrs...

E outra coisa, Beautiful day não é do U2? rsrsrsrs

Beijos!! Adorei o nosso fds!!

OBS: Temos que escrever a carta para o dono do bar!!!

Juliana Ferreira disse...

Thaian não bati c o carro, bateram em mim.
To trabalhando sim, depois te falo td.
E arrumamos essa quizumba não por causa da quantia, mas sim pela falta de respeito do gerente c o consumidor.

Rascunho das Palavras disse...

Hummmm entendi. Vai se acostumando.

"O cliente tem sempre a razão"

Isso não é levado a serio ..